ESCOLA DE LEITORES DE ARÕES aLER+

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domingo, 24 de janeiro de 2010

Ilustração Inspirada na obra Os Lusíadas Adaptação de João de Barros



Trabalho elaborado pelos alunos Bruno Ribeiro e João Paulo Ribeiro, Turma 7ºA

Ficha de Leitura O Sangue da Terra, Sofia Marrecas Ferreira

Nome do livro: O Sangue da Terra
Autor: Sofia Marrecas Ferreira
Editora: Porto Editora
Actividade: Texto de opinião/argumentativo


O poder das mulheres


Com a leitura do livro O Sangue da Terra, de Sofia Marrecas Ferreira, apercebi-me de que, nos dias que correm, vivemos numa realidade em que as mulheres têm adquirido um peso crescente na sociedade pela força, coragem e dedicação com que se entregam às suas vidas e às suas paixões.
Na minha opinião, as personagens femininas desta história são admiradas pela sociedade devido ao seu talento e coragem com que lutam pela vida, apesar de esta lhes apresentar alguns, obstáculos inesperados. Para salientar as ideias apresentadas temos como exemplo Catarina e Tomasa, sua mãe, que sofrem ambas por uma paixão impossível, cujos corações não se conseguem abstrair desse amor. Contudo, estas mulheres não ficam paradas e dedicam-se inteiramente aos seus trabalhos, à escultura e à estética. E é graças a estes que elas conseguem ultrapassar a loucura, a tristeza e a solidão.
Por outro lado, existem inúmeras pessoas que do mesmo modo sofrem de tristeza e solidão, mas nada fazem contra isso e, por isso, passam a vida tristes e abandonadas, pensando que este terá de ser obrigatoriamente o seu destino, em vez de lutarem pela felicidade e pelo amor que nunca tiveram.
Em suma, com a leitura deste livro, podemos dizer que a maioria das pessoas nem sempre são felizes nem que seja apenas por uma coisa que esperavam que corresse de outra maneira. Essas pessoas devem encontrar a paz interior e habituar-se à ideia de que na vida nem sempre corre como nós esperamos.


Trabalho elaborado por Carla Daniela Oliveira Lopes Ano: 9ºano T:C

Ficha de leitura Hamlet, William Shakespeare

Título: “Hamlet”.
Autor: William Shakespeare.
Editora: Editorial Presença.

Tema:

Hamlet é uma peça de teatro de Shakespeare, onde a vingança é o tema central e a sua prática provoca uma tragédia: um enorme número de mortes.

Resumo:

Esta peça dá-se em função da vingança do Príncipe Hamlet, cujo pai, Rei Hamlet, morre de repente, supostamente picado por uma cobra, enquanto o Príncipe estava em “Wittenberg”, fora da Dinamarca. O rei é sucedido no trono por seu irmão Cláudio, pois este casa-se com Gertrudes, a viúva mãe de Hamlet.
Para Hamlet, a existência torna-se insuportável desde que o espectro do seu pai lhe aparece numa noite “no alto da torre do castelo”, para lhe revelar que o seu próprio irmão o tinha morto. O assassino, seu tio, não só usufruía do trono como arrastava sua mãe, para um casamento feito às pressas, onde se serviram os manjares que, um pouco antes, tinham sido oferecidos “na refeição fúnebre”. Algo deveria ser feito e aqui, Hamlet, além de se entregar ao luto ao mau humor, jurou vingança.
Consequentemente enfurecido, Hamlet mata Cláudio com uma “espada envenenada”, forçando-o também a “beber o vinho” envenenado.
Finalmente a morte do rei Hamlet foi vingada. Nesta peça, é observável um grande número de mortes e também Hamlet, fatalmente ferido com a espada envenenada, se entrega à morte.

Trabalho elaborado por Cátia Miranda, 9ºC

Ficha de Leitura “Uma abelha na chuva”,Carlos de Oliveira

Título: “Uma abelha na chuva”.
Autor: Carlos de Oliveira.
Editora: Assírio e Alvim.


Resumo:

A história é constituída pelas relações conflituosas entre Álvaro Silvestre e D. Maria dos Prazeres.
Ele, inseguro e cobarde, teme que a mulher possa descobrir as ilegalidades que este cometeu; e ela, altiva e preconceituosa em relação ao marido, domina o próprio humilhando-o.
Ao par desta, encontramos uma história secundária, onde Jacinto e Clara se amam mesmo contra a vontade dos pais. Devido a este facto, o rapaz acaba morto “no areal junto ao mar, onde o lançaram”.
Esta história acaba, já que António, pai de Clara, manda matar Jacinto, após ter descoberto a relação pela boca de Silvestre.

Personagens:

Dentro desta categoria, decidi destacar o casal Álvaro Silvestre e Maria dos Prazeres.
O primeiro, “homem gordo, baixo, de passo molengão” era “inseguro”, tinha pouca instrução, receio e muitos remorsos pelas ilegalidades que cometeu. Vivia com medo só em pensar que a sua mulher poderia descobrir a sua vida de roubos.
Por outro lado, Maria dos Prazeres, de “cabelos negros, olhos grandes e lábios tímidos”, era uma mulher altiva, fria, dominadora, que humilhava constantemente o seu marido.


O mais interessante:

Depois de observar atentamente o conteúdo desta obra, tomei mais interesse pelo amor vivido por Jacinto e Clara, que com um acto terrível foi interrompido.

O menos interessante:

Ao interiorizar o tema, talvez o facto deste tipo de história ser já muito reconhecido me tenha causado menos interesse.


Trabalho elaborado por Cátia Miranda, 9ºC

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Dados Biográficos de Sophia de Mello Breyner Andresen

Este trabalho foi realizado por alunos do 7ºD desta escola numa aula de Língua Portuguesa.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

1ª FASE DO CONCURSO NACIONAL DE LEITURA

Envolver os alunos na prática da leitura, usando estratégias diversificadas é um dos meios mais eficazes para promover a mudança social.




Tendo em conta a necessidade de promoção da leitura nas escolas, a Comissão Organizadora do Plano Nacional de Leitura – em articulação com a RTP, com o IPLB / Instituto Português do Livro e das Bibliotecas e com a rede das Bibliotecas Escolares – promoveu, no ano lectivo de 2009/ 2010, o Concurso Nacional de Leitura, com o objectivo de estimular a prática da leitura entre os alunos do Ensino Secundário e do 3º Ciclo do Ensino Básico, pretendendo este concurso avaliar a leitura de obras literárias pelos estudantes desses graus de ensino.

Determinado pelo regulamento das fases do Concurso Nacional de Leitura, a Escola EB 2/3 de Arões promoveu a 1ª Fase das Provas – Eliminatórias.

Conforme o previsto, a 1ª Fase do decorreu Concurso Nacional de Leitura no 2º período escolar, no passado dia 6 de Janeiro de 2010.

Para o efeito, foi dado conhecimento aos alunos do 3º ciclo de ensino básico o regulamento, os objectivos e organização do concurso e foi concebida a prova para os três anos de escolaridade. A obra seleccionada foi História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar, de Luís Sepúlveda.

Depois de corrigidas e classificadas as provas, foram seleccionados três vencedores:

  • Carla Patrícia costa Fernandes ( 7ºA)
  • Diana Castro Peixoto ( 8ºC)
  • Carla Daniela Oliveira Lopes ( 9ºC)

Suplentes:

  • Pedro Miguel Costa Azevedo ( 9ºB)
  • Florbela de Jesus Castro Peixoto ( 8º A)

Foi atribuído a cada participante um diploma de participação.

Esta primeira fase teve um balanço positivo, uma vez que houve uma adesão razoável por parte dos alunos, que gostaram de participar e mostraram empenho para conseguir chegar à segunda fase do concurso.






domingo, 3 de janeiro de 2010

Arroz do Céu

O conto Arroz do Céu é estudado no 7.º ano. A partir dele, o professor pretende chamar a atenção dos alunos para a actualidade da problemática das minorias étnicas, dos problemas que têm surgido em Portugal, uma vez que o nosso País é hoje não só uma terra de emigrantes, mas também de imigrantes. A partir deste conto, o professor procura também sensibilizá-los para a importância de valores como a partilha, a solidariedade, a amizade, o respeito, a responsabilidade, a compreensão, a justiça, a honestidade, a igualdade e a cooperação. Os alunos poderão ainda elaborar trabalhos de pesquisa sobre os problemas dos imigrantes, a cultura, os hábitos, os costumes, a língua, a escola…É um conto maravilhoso que nos ajuda a crescer e a reflectir sobre os problemas.


«Arroz do Céu» é um conto de José Rodrigues Miguéis que retrata a vida de um imigrante de leste, dos países Bálticos (Estónia ou Lituânia), muito pobre, com seis ou sete filhos, a viver nos EUA e a trabalhar no subway (Metropolitano). Ele considera este emprego muito melhor que os anteriores, porque não precisa de falar inglês, que mal entende, e, como veremos no final, lhe permite sustentar a família com o arroz que cai pelos respiradouros do metropolitano, desperdiçado no Uptown (a parte rica da cidade de Nova Iorque) e que ele apanha do chão “imundo e viscoso”.

Este conto, escrito em 1962 por alguém que viveu nos EUA, versa o problema das minorias étnicas (os imigrantes). A personagem principal não tem um nome próprio que a individualize como ser humano e cidadão integrado, conhecemo-la ao longo da história pela sua profissão: “o Limpa-vias trabalhava há muitos anos no subway”. O mundo do protagonista é um mundo à parte. O Uptown é caracterizado como sendo “chique a paróquia e imponente a igreja (…) onde o arroz chove às cabazadas em cima dos noivos; (…) arroz alvo, carolino de primeira”. O Limpa-vias “Desconhecia os ritos e as elegâncias”: no seu casamento não tinha havido arroz de espécie nenhuma, nem de galinha, nem cru. Por isso, ele nunca imaginou que o arroz provinha dos casamentos que se celebravam à superfície. Para ele, o arroz que caía pelos respiradouros “vinha do céu, como a chuva, a neve, o sol e o raio”, era uma dádiva de Deus. “Deus, lá no Alto, pensava no Limpa-vias, tão pobre e calado, e mandava-lhe aquele maná para encher a barriga aos filhos.” As relações unidireccionais são evidentes, a personagem desconhece por completo o tipo de vida das pessoas que vivem no Uptown, um mundo completamente oposto ao seu. A grande diferença entre estes dois mundos reside na “…claridade (…) voragem empolgante das ruas” (o mundo dos outros) e na obscuridade “parede negra (…) floresta subterrânea” (o mundo do Limpa-vias). O mundo dos outros, símbolo de alegria e de divertimento, onde o arroz é visto como “grande estrago de alegria” e até como ”desperdício». Este desperdício é aproveitado pelo Limpa-vias que, com ele, sustenta a sua família. As relações de dominação, de isolamento, de ausência de partilha, de falta de solidariedade e de conhecimentos são enfatizadas na frase final do conto: “O céu do Limpa-vias é a rua que os outros pisam”. Para o Limpa-vias, o Uptown simboliza o Céu, pois é de lá que cai o arroz. Para os outros, é apenas o chão que pisam diariamente sem se aperceberem. Esta visão diferente do Uptown e o significado que ele tem quer para o Limpa-vias quer para os outros, reforçam uma vez mais a ideia de que se trata de um mundo ao qual ele não tem acesso. Esta frase final é profundamente irónica, dando a entender que há um Céu para os ricos e outro Céu (muito mais baixo) para os pobres.

José Rodrigues Miguéis

Escritor (1901-1980)

Foi um dos escritores portugueses mais importantes do século XX. Deu voz à sua visão humanista da vida e do mundo. Auto-exilado nos Estados Unidos, escreveu quase sempre sobre Lisboa. E quase sempre sobre si. Mas em tom de ficção. Com subtileza e ironia, falou das questões sociais e políticas vividas em Portugal. Foi escritor, jornalista e professor. Publicou em meios tão diversos como o jornal “Expresso” ou a revista “Seara Nova”. Fundou o Clube Operário Português nos EUA, país onde morreu em 1980, com 79 anos. Deixou uma vasta obra, hoje estudada por alunos de diversas nacionalidades.
José Claudino Rodrigues Miguéis nasceu em Lisboa em 9 de Dezembro de 1901, no bairro de Alfama, na Rua da Saudade. Talvez por isso nunca se tenha curado desta característica que dizem tão portuguesa. É a saudade que o fez voltar a Portugal durante toda a vida procurando ficar, mas acabando sempre por regressar aos Estados Unidos da América, a sua segunda pátria. É também da saudade que fala em numerosos escritos, como em “A Escola do Paraíso”, publicado em 1960: “Os paquetes atracam logo em baixo, ao cais, e a rua deve talvez o nome à saudade que para sempre ficou flutuando no sítio: a saudade dos que ficam, e a dos que partem e querem prender-se à terra, de braços, olhos e almas alongadas.” O pai, Manuel Maria Miguéis Pombo, homem galego, deixa-lhe como herança as tendências liberais e republicanas. A mãe, Maria Adelaide Rodrigues Miguéis, era mulher da Beira e mais recatada. Alfacinha, José frequenta o Colégio Francês e o Liceu Camões. Na década de 20 inscreve-se no curso de Direito da Universidade de Lisboa e envolve-se em movimentos de natureza política, como o Núcleo de Ressurgimento Nacional (NRN) e a direcção da Liga da Mocidade Republicana. Inicia a colaboração com várias publicações, como “Seara Nova”, que se apresentava como meio doutrinário e crítico, com fins pedagógicos e políticos. Integrou ainda a redacção de jornais como a “República”, “O Sol”, “O Diabo”, e a revista “Alma Nova”. É nesta época que faz amizades marcantes, nomeadamente com Raul Brandão e Bento de Jesus Caraça. É com este matemático que irá fundar, em 1932, o semanário “O Globo”, suspenso no mesmo ano pela censura.
Começa, entretanto, a sua vida profissional como advogado, após a conclusão da licenciatura, em 1924. No ano seguinte, é nomeado procurador da República delegado em Setúbal. Regressa a Lisboa em 1926, tornando-se professor no Liceu Gil Vicente, o liceu da zona da sua antiga residência.
A falta de liberdade de expressão, a par de um longo rol de restrições provocadas pela instituição da ditadura - consequência do golpe militar de 1926 -, leva a que José Rodrigues Miguéis aceite uma bolsa de estudo da Junta de Educação Nacional e parta para Bruxelas, na Bélgica, em 1929, para aprofundar os estudos na área das ciências pedagógicas. Se o objectivo era afastar as suas ideias “subversivas” do País, foi bem conseguido. É no estrangeiro que termina a primeira obra publicada, “Páscoa Feliz” (1932). Recebe, por ela, o Prémio Literário da Casa da Imprensa. Neste mesmo ano casa com a professora russa Pecia Cogan Portnoi.
Regressa a Lisboa em 1933, mas não consegue viver na capital. Parte, então, para Nova Iorque. Da viagem que faz aos Estados Unidos guarda imagens valiosas, que irá partilhar com o público na crónica “Gente da Terceira Classe”, editada em 1962.
No ano de 1940, casa em segundas núpcias com a luso-americana Camila Pitta Campanella. No mesmo ano publica um dos seus contos mais conhecidos: “Léah”. Mais tarde, integra-o num conjunto de textos aos quais dá o nome de “Léah e Outras Histórias”, pelo qual receberá em 1959 o Prémio Camilo Castelo Branco, da Sociedade Portuguesa de Escritores. Estabelece fortes laços com as comunidades portuguesa e hispânica nos EUA e em 1960 é eleito académico correspondente da Hispanic Society of America. Visita Portugal por diversas vezes, chegando a permanecer durante dois anos, entre 1957 e 1959.
Continua a publicar até ao fim da vida. “Nikalai! Nikalai!” (1971), “O Espelho Poliédrico” (1973), “Comércio com o Inimigo” (1973) e “O Milagre Segundo Salomé” (1975), recentemente adaptado ao cinema pelo realizador português Mário Barroso, são disso exemplo. Em 1976 é escolhido para membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e em 1979 recebe um dos graus da Ordem Militar de Santiago de Espada.
É um dos escritores mais significativos do século XX. Sem se inserir no movimento neo-realista, revelou dar particular atenção às questões sociais, explorando os temas da emigração e do exílio, descritos com grande realismo. Quando morre, em Outubro de 1980, deixa uma vasta obra e uma influência marcante na literatura portuguesa.